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sábado, 18 de junho de 2011


Quando tudo parecer caminhar errado, de o primeiro passo; Se tudo parecer escuro, se nada puder ser visto, acenda você a primeira luz, traga para a treva, você primeiro, a pequena lâmpada; Quando todos estiverem chorando, tente você o primeiro sorriso; talvez não na forma de lábios sorridentes, mas na de um coração que compreenda, de braços que confortem;
      Se a vida inteira for um imenso NÃO, não pare você na busca do primeiro SIM.
       Quando ninguém souber coisa alguma, e você  souber um pouquinho, seja o primeiro a ensinar,  começando por aprender você mesmo, corrigindo-se a si mesmo;
 Quando alguém estiver angustiado, à procura, consulte  bem o que se passa, talvez seja em busca de você mesmo que essa pessoa está; Daí, portanto, o seu deve ser o primeiro  a aparecer,  o primeiro a mostrar-se, primeiro que pode ser o único e,  mais sério ainda, talvez o último;
Quando a terra estiver seca, que sua mão seja a primeira a regá-la; quando a flor se sufocar nos espinhos, que sua mão seja  a primeira a arrancar a praga, a afagar a pétala, a acariciar a flor;
Se a porta estiver fechada, que venha de você a primeira chave; Se o vento sopra frio, que o calor de sua lareira seja a primeira proteção e primeiro abrigo.
Não atire a primeira pedra em quem erra. De acusadores o mundo está cheio; nem, por outro lado, aplauda o erro; Ofereça sua mão primeiro para levantar quem caiu; sua atenção primeiro para  aquele que foi esquecido; Seja você o primeiro para aquele que não tem ninguém;
 Quando tudo for espinho, atire a primeira flor; seja o primeiro a mostrar que há caminho de volta, compreendendo que o perdão regenera, que a compreensão edifica,  que o auxílio possibilita, que o entendimento reconstrói. Atire você, quando tudo for pedra, a primeira e decisiva flor.

                                                                                                 (Glácia Daibert)